Uma
das possíveis causas da grande biodiversidade marinha é a
estabilidade que o meio proporciona, mas apesar da homogeneidade
aparente, a água do mar é constituída por diversos sais, sendo o
cloreto de sódio (NaCl) o mais abundante, e apresenta muitas
substâncias advindas dos continentes. Além de passar diariamente
por diversos fatores físicos que afetam e possibilitam o
desenvolvimento das diversas formas de vida. Então, nessa parte do
site, falaremos de como os fatores físicos influenciam os organismos
aquáticos.
Densidade
A
água é cerca de 800 vezes mais densa que o ar e quando falamos
especificamente de “água do mar” os dois fatores que podem
alterar a densidade da água nos oceanos são:
- Temperatura: quando há um aumento da temperatura do meio, as moléculas componentes tendem a ficar mais agitadas e espaçadas entre si, aumentando assim o volume e consequentemente diminuindo a densidade. Ao contrário, quando se diminui a temperatura da água, as moléculas tendem a ficar mais agrupadas, diminuindo o volume e aumentando a densidade. Assim, nos corpos aquosos, as águas aquecidas ficam na parte superior e as mais frias ficam rentes ao fundo.
- Salinidade: pode ser definida como a quantidade de sais existente em um determinado corpo d’água. E é uma medida adimensional que varia entre 33 e 37. Essa variação é devida principalmente ao degelo e à evaporação. Os ambientes aquáticos mais salinos são os que possuem o processo de evaporação mais intenso que o de precipitação. E a salinidade pode diminuir com o degelo, com a precipitação intensa ou com a entrada de água vinda dos continentes, que causa uma diminuição pontual desse parâmetro. Quanto mais salino for o ambiente, mais denso.
Devido à densidade elevada, a
água sustenta perfeitamente o corpo dos animais. Assim, os seres
aquáticos não necessitam de esqueleto de sustentação pesados
porque estão próximos a flutuabilidade neutra. Além dos animais
poderem crescer mais devido a gravidade atuar menos. E para viver
com sucesso na coluna d’água, os animais devem ajustar a sua
capacidade de flutuação, através de órgãos específicos, ou pelo
acúmulo no corpo de substâncias que sejam menos densas, como os
óleos e gases.
Temperatura
A
água do mar apresenta diferentes densidades, dependendo da radiação
solar que receba e da quantidade de sais dissolvido. As águas
profundas que não absorvem energia luminosa são mais frias e, em
consequência, mais densas, então ocupam a parte inferior dos
oceanos. E as águas superficiais, as quais absorvem a energia
luminosa, são mais quentes e menos densas, por isso ficam dispostas
na camada superior.
Nas zonas intertropicais essa diferença de densidade é muito grande, pois a quantidade de energia disponível para a camada superior é muito alta durante todo o ano, gerando uma diferença de temperatura, a qual chamamos de termoclina, muito grande na coluna d’água. Essa termoclina bem marcada é uma verdadeira barreira física que impede a mistura de água entre as camadas.
Nas zonas polares essa termoclina, diferença de temperatura, não é tão grande, então há uma mistura de água entre as camadas é mais comum.
Essa
diferença de temperatura na coluna d’água impede que os
nutrientes depositados nas camadas mais profundas de água subam,
afetando assim a produtividade nos oceanos, pois os organismos
produtores, autótrofos, necessitam de nutrientes para a realização
da fotossíntese.
Luminosidade
Quanto à presença da luz, a
camada d’água é dividida em três partes:
- Zona Eufótica: é a camada que absorve a maior parte da intensidade luminosa.
- Zona Disfótica: nessa camada a luz penetra com determinada dificuldade, mas algumas frequências ainda alcançam.
- Zona Afótica: nessa área não há penetração dos raios solares.
Assim como em todos os
ecossistemas, nos oceanos a base da cadeia alimentar são os
produtores primários, os quais transformam a energia solar ou a
energia potencial de algumas moléculas em biomassa, o processo que
utiliza a luz é conhecido como fotossíntese e o que utiliza a
energia de moléculas inorgânicas como quimiossíntese.
Os organismos marinhos autótrofos habitam, em sua grande maioria, a camada eufótica, justamente por precisarem da intensidade luminosa para a produção de biomassa.
Outros fatores importantes são a menor concentração do oxigênio da água e a perda de calor corporal mais facilmente, justamente pelos organismos estarem em total contato e a água passar pelos seus corpos.
Embora possivelmente a vida
tenha evoluído na água, algumas propriedades físicas da água
exigem que os animais aquáticos desenvolvam adaptações. Mas apesar
desses obstáculos, a vida marinha se desenvolveu e apresenta uma
riqueza magnífica, que encanta a todos que tem a possibilidade de
conhecê-la.
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